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15. Educar: o maior desafio da maternidade!

Terapia iniciada, adaptação no trabalho e na escola feita, vida que segue. A esta altura minha filha já estava com um ano e meio e as coisas pareciam começar a dar certo... "só que não".
Recebi a notícia de que minha bonequinha mordia os amiguinhos da sala de aula. Oi? Como assim? "Tipo" cachorro? Morri!
Meu Deus! "Mãe, quando era criança mordia também? Tem caso na família desse comportamento? "(Tem, mas não citarei nomes... preservo minha vida, kkk)
Gente, como isso?! Quando pensamos em filhos antes de ser mãe, na verdade, estamos associando-os às bonecas de nossa infância e não às crianças mal criadas que vimos ao longo da vida! Essa é a grande conclusão em que cheguei! "Sei... não é super genial, mas é digna de ser publicada!"
Nunca imaginei: "Um dia terei uma filhinha linda que não me obedecerá, que morderá os amiguinhos da escola, fará birra para chamar minha atenção e outras coisinhas a mais..." Fala sério... 
Imaginava uma fofinha obediente, doce, calma... entretendo-se com seus brinquedinhos, enquanto eu resolvia outros probleminhas domésticos... super sociável, compreensiva... enfim... Idiota ao quadrado, eu!
Quando via os filhos dos outros, fazendo o que a minha faz lindamente agora, julgava: "Que horror! Onde está o limite, meu povo!" E minha mãe, em sua grande sabedoria dizia: "Tudo que achar feio no filho dos outros, o seu fará pior!" Ainda não sei se essa frase é poética ou praga mesmo! Rsrs
O certo é que estava com esse pacotinho nas mãos sem saber o que fazer... E olha que sou professora há dez anos, com pedagogia e tudo o mais... mas era de minha filha que estava falando... tudo tão mais complicado!
E agora? Alguém aí se atreve a me mostrar o caminho?
Sob orientação da professora, minha intuição de mãe e muita leitura sobre a fase dos TERRÍVEIS dois anos, entendi que ela deveria saber que aquilo que fazia era muito, muito errado, feio mesmo! Fui trabalhando nessa linha...
Ficava brava toda vez que fazia isso, mostrava-me triste mesmo, mas levava cada vez mais mordidas. Sim! Eu era a vítima preferida dela!
Foi difícil, tinha vergonha de mostrar os braços as vezes. Como explicar que minha menina é quem tinha feito aquilo? E ouvir na escola que ela tinha feito o mesmo em um amiguinho... doía! Pedia desculpas por ela, conversava em casa e nada... 
Rezei para seu anjinho da guarda, pedi ajuda para minha sogra e meu pai que estão no céu, apeguei-me à Nossa Senhora que me iluminasse nas decisões e ações. E esperei, angustiada, a fase passar.
Li que quando bem trabalhada, as birras, mordidas, vão passando até os três anos. Que esta fase é uma prévia da adolescência - se for verdade, talvez ela faça intercambio dos quinze aos vinte, kkk. Tanta coisa assustadora para o coração de mãe... 
Mas... como sempre... passou! Não, as birras ainda não - acho que não lidei direito com isso, segundo a literatura . Passaram as mordidas! Graças a Deus! Já era um grande avanço!
Ela passou, finalmente, a ser elogiada nas reuniões! Meu pequeno monstrinho estava começando a entender o que era viver em sociedade! Meu coração estava só um pouquinho mais tranquilo.








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