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14. Terapia: iniciando o encontro comigo mesma

Terapia é coisa estranha! Primeiro piora tudo para bem depois ir ajudando a melhorar... Foram meses com feridas abertas, sangrando, raivosa (ok! Ainda sou isso um pouco). Hoje começo a desfazer os nós, prova disso: Este livro fofo! ❤
Junho de 2015, foi esta a data de meu pedido (apesar de sentir-me humilhada por isso) para meu marido deixar-me voltar na terapia. Tive que pedir por um motivo bem óbvio: não poderia pagar pelas sessões! 😑
Ele disse que faria isso por mim! 😍 Foi de todos, o melhor presente! Ainda preciso lembrá -lo disso todos os meses, mas ok! Ainda assim foi lindo!
Porém como comentei logo a cima, o início é sempre doloroso demais!
Relembrar os próprios erros, analisá-los com frieza é sempre tão difícil... mas vamos que vamos...
Em minha primeira sessão já fui logo dizendo: "Não fui a mãe que deveria ter sido nos primeiros três meses de minha filha!" Trazia isso comigo... achava que não tinha dado a ela amor suficiente, senti-me, por isso, com uma faca cravada no coração... achava que devia isso a ela!
Contei tudo: não querer sair, ver pessoas, chorar muito, eu e a bebê.
Chegamos a conclusão que nada disso havia prejudicado o desenvolvimento de minha menina, com a graça de Deus!
Sai de lá mais leve! Afinal fui a melhor mãe que pude todos os dias!
Fazer terapia é assim, organizar a mente através do coração! Em nenhum momento voltamos com respostas prontas, isso seria auto-ajuda! Terapia organiza a vida! 
Faz olharmos de cima o que dentro a gente não consegue enxergar... mas para conseguirmos nos distanciar de nós mesmos não é tão fácil... 
Mergulhei em lugares em que não queria mais estar! Voltei a cenários dos quais já havia me despedido. Fazia parte, aguentei! Suportei por minha menina e, principalmente, por mim! 




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