Pular para o conteúdo principal

3. Nasci para ser mãe

Nove meses! Tudo ocorreu bem! Exceto uma contração aqui, outra acolá, aos sete meses... tive a melhor gravidez do mundo! E me senti a pessoa mais abençoada também e a mais bonita e a mais sortuda! Nunca me achei tanto como quando estava gravida, rsrs!
Não havia quem não ficasse de olhinhos molhados quando descobria que eu estava grávida. Percebi que havia uma torcida gigante por nós e senti a sensação mais doce: gratidão! 
Era grata pelo amor que carregavam por minha menina! Ah! Não havia dito? Sim, Deus havia me dado uma garotinha que receberia o nome de Bela.
Trabalhei até uma semana antes dela nascer, tinha disposição e saúde para isso! Engordei 10 kg e, juro, nunca me senti tão de bem com a vida assim!
Tudo conforme havia sonhado e como os livros diziam que tinha que ser! E por falar neles... a esta altura já havia lido todos os manuais necessários para enfrentar o que estava por vir. Estava pronta! Nasci para ser mãe! O parto estava previsto para oito de novembro, conforme Nossa Senhora havia dito, no meu aniversário (bem próximo a data)!
Mas minha bolsa estourou quinze dias antes, uma e meia da madrugada!
Fato esse que não me angustiou... fiz curso, né! Já era graduada em parto, primeiros dias, adolescência,  resto da vida e coisa e tal... 
Minha psicóloga bem que tentava insistir em me perguntar sobre futuros problemas que pudesse enfrentar, expectativas... mas, apesar dela não saber, eu sabia, com uma certeza imensa, que tiraria de letra tudo! E ponto! Afinal: nascera para isso! Tudo sob controle! 
Pois bem... mesmo com a bolsa estourada, mantive a calma, tomei banho, liguei para meu médico e fui para o hospital. Começava aí a nova história de minha vida, uma versão bem mais trabalhosa e emocionante que a anterior! 
Foi o primeiro dia da mãe as avessas que viria a me tornar...e o último daquela menina que acreditava ser capaz de controlar a vida...







Comentários

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário:

Postagens mais visitadas deste blog

63. Entregando os pontos

20 de novembro de 2019, uma quarta-feira: o dia amanheceu estranho. Estou cansada. Não cansada de "putz, que dia!". CANSADA de alma. Não respiro bem. Como se a vida me deixasse exausta, sabe. Mais discussões com a Bela. Não sabia, juro, que a teimosia da adolescência poderia chegar antes. Dirijo até a escola, apesar de meu corpo inteiro e pensamentos, pedirem o contrário. Começo a aula, vários alunos falam comigo ao mesmo tempo: primeiro branco  do dia (não consigo continuar, a voz, cansada, quase não sai, o ar também não). Não consigo retomar o conteúdo. Insisto! Medo. Estou perdendo o controle de tudo? Quarta aula do dia e mais um branco. Mente embaralhada. Preciso voltar para eu mesma, minhas filhas precisam de mim e eu também. Pressão na nuca, forte. O peito aperta, sufoca. O braço pesa. Minha cabeça não suporta mais informações. Saio no meio do período. Procuro um cardiologista. Após vários exames sou encaminhada para o psiquiatra. Dezembro: antidepressivos, depressão cr

64. Fênix

 Entregando os pontos? Jamais! Meu nome é Fernanda, sou de escorpião, filha de nordestino com Italiana e amo duas meninas. Nada me faz desistir!  Sim, é verdade que caio muitas vezes, mas para levantar ainda mais forte! Muito eu! Tenho duas lindas garotinhas, por elas encontro força. Não, não queria me submeter a medicação e seus efeitos colaterais... Mas o que não tem remédio, remediado está. Através do tratamento, vou permanecendo. Sem picos muito altos ou muito baixos. Apenas oscilando... Como onda sem espuma em mar tranquilo. Vou seguindo nesse vai e vem.  Descobrindo, pouco a pouco prazeres antes não vistos. Como se a vida ganhasse novas cores e sabores. Bem devagar vou experimentando tudo, redescobrindo uma alegria que ficava abafada pela doença.  Janeiro, fevereiro, março de 2020: é tempo de parar. #fiqueemcasa. De repente, o que era tão normal, fica estagnado. As mochilas são guardadas, uniformes amontoados. Os potes com nomes para o lanche perdem sentido. Deixa de existir a co

65. O trabalho invade a vida

Pandemia! Eis que tudo muda. Nunca vimos nada assim, capaz de paralisar o mundo! Foi tão anormal que as vezes ainda parece mentira.  Mas, não, não é mentira. Há um vírus forte o suficiente para desafiar a ciência e matar milhões de pessoas. E está em qualquer lugar.  2020: o ano que nos obrigou a sermos diferentes.Começou com carinha feliz, de esperança e muito trabalho. De repente, nos surpreendeu em proporções gigantescas e a vida pediu reinvenção.  A primeira coisa que mudou foi o trabalho, ele veio para dentro de nossas casas e, antes que nos déssemos conta, nossa intimidade foi escancarada.  Não deixamos de trabalhar, mas precisamos aprender um jeito novo. Sim, temos filhos! Sim, eles choram, se irritam e resistem como se quisessem gritar: "Não está certoooo! Não aqui, em nosso lar! Aqui você é nossa mãe!" Retrocesso total na luta das mulheres, altos índices de mães desempregadas: foram as primeiras, cujas cabeças rolaram. Foi escancarado o mundo patriarcal que se fingia