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28. Férias com borboleta

O fim de janeiro já está batendo na porta... As férias passaram e nem percebi. Foi tão difícil no início, complicado se ver em casa sem as velhas ocupações e com uma garotinha de três anos bravinha, kkk. Mas os dias foram passando e deixando um gostinho doce, o diferente virou rotina, a convivência foi tomando conta, veio a viagem, uma delícia: eu, ela e o amore... e comecei finalmente a curtir isso tudo.
Agora aqui estou, assustada por pensar que outra vez irei me afastar da pimentinha. 
Foi massacrante ter que brincar de boneca o tempo todo ou fingir que era a filha da minha filha... Não gosto nada disso, pronto, falei! Vejam fui a rainha disso na infância, hoje minha cabeça não para... Fico pensando no serviço e me falta paciência mesmo... Em contra partida troco as Pollys, amo jogos e leio muito para ela. Será que serei absolvida assim?
Mas, tirando as bonecas, como é bom acordar sem preça e olhar minha "pipoca" dormir. Levá-la para passear, conversar sem o medo de perder a hora e tomar sorvete...
Sentirei falta, todos os dias de minha filhota!
Agora está chovendo lá fora e em meu coração confuso de mãe também 😔, a tortura recomeça: "Mamãe, não quero a tia nova! Não gosto da escola, ficarei com a titi da Nina! Não quero 'tabalar'!"
Ela já vem falando essas frases diariamente. Sonhando com isso...
Poderia ser mais fácil, não é mesmo? Mas se fosse, não seria vida de verdade...
Ouço alguns casos de mães e pais que relatam ter feito a criança adaptar-se à vida deles... Gostaria de ter conseguido, juro. O problema é que deixei de existir depois dela. Quer dizer... A pessoa que fui virou outra tão diferente que basicamente transformei-me em uma nova versão de mim mesma. Nada, nadinha ficou igual e quando dei por mim, ops, entrei no mundo da bebê... Já era tarde...
E agora fico aqui rezando para que tudo dê certo para ela, porque assim dará para mim. Eu, sim, virei camaleoa... Adapto-me ao que for preciso, mas por ela.
Mãe... Nunca soube definir, de fato, esta palavra antes de ser. E diferente do que algumas mulheres dizem, só me transformei em uma depois que minha filha nasceu. Na gravidez, o corpo mudou, sim, mas a essência ainda era a de uma garota sonhadora que acreditava que tiraria tudo de letra. 
Nunca foi assim, ainda não é... Tudo que acontece é bem maior e intenso do que imaginei. 
Rezo, rezo muito para que minha dose de paciência sempre aumente, para que deixe de enxergar os olhares de reprovação dos outros, para que nunca prejudique minha filhinha com minha inexperiência... E continuo.
Não poderia ser diferente... As férias chegam ao fim e desejo caminhos iluminados para 2017 😍.


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