E por falar em obstáculos... Já disse aqui que sou professora, não é mesmo? Como também contei o quanto me faz bem! Mas, como em qualquer profissão, tem cada "pedra no caminho..."
Uma delas é nunca saber o horário em que irei trabalhar. Entra ano e sai ano e é sempre a mesma insegurança... Organizamos a vida, os horários e compromissos e, de repente, tudo muda! A ponto de não saber o período de matricular a Bela. Isso sempre me estressou, agora, irrita-me, tira-me do sério mesmo!
2016 começou com essa sombra e, junto a isso, veio o desfralde da pequena.
Tenho que desabafar por aqui... Como, do nada, não encontrar mais fralda de um tamanho que sirva para minha bebê? Ela tem dois anos apenas!
Que absurdo!!! Por que fazem isso com as mães?
Colocam tudo em tabelas ridículas, enquadrando e condenando nós, mães, e nossos amorezinhos que escapamos delas. Assim como eu, minha filha foge à média e já está sofrendo as consequências...
Com um aninho não pôde fazer exame de urina por conta do coletor para bebês não servir mais para ela!!! E ainda tive que ouvir da enfermeira: "Nossa mas desse tamanho com fralda ainda?" Af!
Precisou deixar o berço um pouco depois pelo mesmo motivo.
E agora... as fraldas. 😡
Tiraram de nós duas a chance de esperar o melhor momento, sinto raiva! Mas a gente precisava continuar... Passamos por isso juntas e confesso: odiei! Para variar foi bem mais difícil do que imaginei que seria... Não era hora ainda...
Os dois primeiros dias foram perfeitos, depois... Posso voltar daqui um mês? Eu sei... Sei que não!
Será que ainda tem lugar na casa para fazer xixi? Ah! Claro! O sofá!
Três semanas de chuva intensa, bebê desfraldando e tudo isso em um apartamento = eu surtada!
Fim de janeiro, jurava, a esta altura, que seria assim agora: xixi no tapete, no sofá, na cozinha, nas camas... e... parou!!! Gente, como pode? Deu certo! Não tudinho, claro! Ela ainda dormia com a fralda, no entanto estava no caminho! De início segui a literatura que explicava para ignorar o xixi e incentivar a criança. Lindo! No entanto não há ternura que suporte limpar o chão cinquenta vezes por dia! Então apelei para a bronca, carregando uma culpa insuportável por isso...
Mas passou! Chegamos em fevereiro vivas! E sem saber o período de matrícula ainda!
Nem fui na reunião de apresentação da professora, não sabia qual seria. Fiquei muito chateada por esse motivo.
É a organização da Educação Publica de São Paulo! Sempre assim! Arrumando motivos para torturar os professores ainda mais! Não suporto isso!
Finalmente chega a atribuição! E embora tivesse esperança de que poderia dar certo, não deu! Tive que pegar mais aulas e em dois períodos! Chorei sem parar por dois dias! Onde minha filha ficaria? Como seria daí para frente?
Ah! Coração de mãe... Quanto medo é capaz de carregar? Quantas angústias? Sentia que o peito estouraria a qualquer momento...
Em menos de uma semana tive que mudar toda a logística de nossas vidas, reorganizar a agenda e voltar para o trabalho...que ninguém venha falar sobre amor ao próximo comigo, povo! Por tudo o que estava passando, naquele momento só sabia pensar em minha filha, virei leoa!
Conversei com Deus... Expliquei a Ele que só conseguia carregar ódio no peito, pedi perdão e força para suportar o que fosse necessário! Por mim e por minha menina.
Continuei! Acuada como bicho sendo caçado, mas segui... A dor haveria de passar, em mim e na Bebela! Haveria certo, Deus? Não é mesmo?
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