Nascemos, recebemos os cuidados e o amor necessários, aprendemos a andar, correr, falar, comer, brincar. Iniciamos nossa trajetória escolar. Viramos crianças. Começamos as amizades, nos transformamos em pré-adolescentes, adolescentes, nos apaixonamos, descobrimos tantas outras primeiras vezes, encontramos alguém legal e um dia, finalmente, geramos vida!
De repente, não somos mais filhas... Muito menos namoradas, nos tornamos a mãe do bebê. Nem o nosso nome mais importa... Viramos máquina de tarefas vitais. Nos perguntamos a todo instante: "Onde desliga???" "E o manual?" "Quem eu sou?".
Os dias vão passando, as dúvidas aumentando, o medo e a culpa surgem, o cansaço gruda em nós, nos tornamos, de fato, práticas (para nossa sobrevivência), apagamos a velinha do primeiro ano...
Olhamos para trás e, surpreendentemente, percebemos que viramos mãe!
Mãe?! Oi?
Isso mesmo! Mãe!
E quem foi o responsável por isso? O primeiro filho 😍!
Já pararam para pensar o quanto devemos a eles???
Eu acredito que os filhos escolhem seus pais e que o contrário também aconteça. E assim sendo "tiro meu chapéu" a todos os primeiros filhos. Eles sabem que terão como primeira e grande e nobre missão, nascer de uma mulher que não tem ideia do que é ser mãe! Sabe que terão que ajudá-la a transformar-se em uma, sabem e, ainda assim, nos querem! É muita entrega!
É a relação mais profunda e intensa que será vivida: o primeiro filho!
A minha, que hoje se intitula "irmã mais velha", foi guerreira!
Senti sua força antes mesmo de pegá-la nos braços. Aprendi a amá-la incondicionalmente, a admira-la por sua determinação. Um pedacinho meu, tentando me imitar e, ao mesmo tempo, transformar-se.
Trouxe um amor tão intenso na bagagem... Mostrou-me, em todos os dias, que estava aqui para ser amada. Bateu o pezinho, emburrou, fez biquinho e birra até que me fez entender: minha missão era aceita-la de coração. Ah! Minha primogênita... Sou tão grata a você!
Obrigada por ser minha filha e por não ter desistido de nós um só momento! Obrigada por ter insistido em mostrar que o controle nunca esteve comigo e que era tempo de ser alguém melhor! Obrigada por ir me ensinando a ser flexível.
Nunca alcançaria transformação mais intensa se não tivesse encontrado você.
Dizem que cabe aos pais "moldarem" os filhos. Não! Cabe a nós aceitá-los, com o que trazem de bom e ruim. É nosso dever ajudá-los a transformar o bom em melhor ainda e o ruim em potencial para o aprimoramento pessoal. Cheguei a esta conclusão quando virei mãe! O processo foi beeem demorado, como doce caseiro que precisa ficar muito tempo no fogo para acentuar o sabor adocicado 😉. Mas valeu cada segundo!
O primeiro filho é isso! 😍
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